“Um Estado totalitário não se importa com o que as pessoas pensam, desde que o governo possa controlá-lo pela força coercitiva de repressão.
Se pela força não é possível controlar as pessoas, é possivel controlar o que as pessoas pensam, e a maneira mais simples de fazer isso, é através da propaganda (fabricação de consentimento, criação de ilusões necessárias), marginalizando o público em geral ou reduzindo-a a alguma forma de apatia "(Chomsky, N., 1993)”
Inspirado nas idéias de Noam Chomsky, o francês Sylvain Timsit elaborou a lista das
- “10 estratégias mais comuns de manipulação das massas através dos meios de comunicação”
Sylvain Timsit elenca estratégias utilizadas diariamente há dezenas de anos para manobrar massas, criar um senso comum e conseguir fazer a população agir conforme interesses de uma pequena elite mundial.
- 1. A estratégia da Distração.
Vamos nos ater à nossa realidade brasileira: Observem que a mídia explora certos “acontecimentos” de forma exaustiva, que às vezes, parece não haver mais nada, como é possível diante de tantas possibilidades em um país de dimensões continentais? Em evento recente: Os atentados na França, enquanto no Brasil a cidade de Mariana em MG, estava sendo devastada por um lamaçal de rejeitos da mineração. Por que minimizar esta tragédia que nossa vizinha, em função da outra do outro lado do oceano? Não estou dizendo aqui, que a dor da França é menor. O elemento fundamental do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio, ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. (No exemplo acima minimizar a realidade e a opinião pública por consequência).
A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir o público de interessar-se por conhecimentos essenciais, nas áreas da ciência, economia, psicologia, neurobiologia e cibernética.
“Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; sendo conduzidas para currais como animais.
- 2. Criar problemas e depois oferecer soluções.
Abandonar questões básicas, como conservação das estradas mortes em acidentes que matam mais que muitas guerras, atendimentos médicos nos setores públicos, violência urbana.
Seguem-se então as operações de emergência para recuperação das estradas, envolvendo licitações fraudulentas, pedágios, IPVA e seguros obrigatório. Pessoas morrendo sem assistência médica nos postos de atendimento justificam aumentos de impostos (CPMF). Violência urbana justificando o desarmamento do cidadão e o direito de defender sua casa, ofertando como soluções os altos investimentos em segurança com uma parafernália interminável de equipamentos e seguros.
Quando a solução coerente e civilizada é a inclusão do indivíduo, ofertando ensino de qualidade, conhecimento e valorização do ser humano, assistência básica de saúde e segurança. Direitos constitucionais. Este método também é chamado “problema-reação-solução“. Cria-se a dor, situação prevista para causar certa reação no público, a fim de que os poderes reinantes, tragam a “solução” com leis que restringem a liberdade, decretos e medidas impopulares, que mais uma vez beneficiam em segunda instância uma minoria, e sem grandes ganhos aos requisitantes, o povo.
Criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos. (qualquer semelhança com a atual situação do Brasil não é mera coincidência)
- 3. A teoria da gradualidade.
Para fazer que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Foi dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas, neoliberalismo é um exemplo, foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. E comumente utilizada pelas grandes meios de comunicação.
- 4. A estratégia do deferido.
Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e necessária“, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura.
É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente.
A falsa esperança de pessoas comuns. A massa tem sempre a tendência para esperar ingenuamente que “amanhã tudo irá melhorar” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia da mudança e aceitá-la com resignação quando chegar o momento.
- 5. Dirigir-se ao público como crianças
A maioria das publicidades dirigidas ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse uma criança de pouca idade ou um deficiente mental.
Quanto mais se tenta enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Se alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como as de uma pessoa de 12 anos ou menos idade.”
O paternalismo é uma realidade evolutiva do nosso povo brasileiro, esperamos sempre por alguém nos dando ordem e indicando o caminho. Esperamos o reconhecimento do “ grande pai” . Essas ordens e a esperança, aliviam-nos emocionalmente das responsabilidades. (afinal todos estão sofrendo e não tenho culpa).
- 6. Utilizar o aspecto emocional muito mais do que a reflexão
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e finalmente no sentido crítico dos indivíduos.
Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou injetar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos.
- 7. Manter o público na ignorância e na mediocridade
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão.
A qualidade da educação ofertada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, aumentando cada vez mais o precipício, uma travessia sobre humana para chegar às elites, impossível de ser revertida.
- 8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade
Promover ao público a crer que é moda o ato de ser estúpido, vulgar e inculto.
(Estudar, por quê?- Cheguei a presidente, BIG BROTHER ...)
- 9. Reforçar a culpa e promover a auto culpa.
Fazer com que o indivíduo acredite que somente ele é culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, suas capacidades, ou de seus esforços insuficientes.
Assim abalado em sua auto estima o indivíduo se desvaloriza e se culpa, gerando um estado depressivo, cujo efeito é paralisante. Sem ação, sem reação, sem questionamento!
-10. Conhecer aos indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem
Nas últimas décadas os avanços acelerados da ciência têm gerado uma crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dominantes.
Graças à biologia, a neurobiologia a psicologia aplicada, estes conhecimentos são amplamente utilizados pelas classes dominantes.
Nosso inconsciente nos governa, nossos desejos e escolhas não são por nós realizados de forma autônoma e racional. Suas decisões não são suas, alguém decidiu por você.
As mensagens subliminares nos filmes, quando se é induzido a desejar algo que seu super-herói ou ídolo faz uso, sem perceber, faz com que se sinta mais bonito, mais jovem ou mais forte. A criança cresce modelando a quem admira.
Os comerciais e anúncios são carregados de informações, cujo objetivo é instalar-se no seu subconsciente, de modo a promover o desejo sem questionar sua eficácia ou necessidade.
Discursos políticos são cuidadosamente elaborados por especialistas. Cada palavra, tom de voz. Não visam informar e sim seduzir.
É assustador, pesquisas demonstram que em 70% de nosso tempo desperto estamos hipnotizados. Pense nisso!!
Clébio Máck - Dez 2015
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